terça-feira, 26 de agosto de 2008

O método Científico - Resumo

ESCOLA MUNICIPAL BERNARDINO MELO

O MÉTODO CIENTÍFICO

Os cientistas lidam com fatos, idéias, hipóteses, dados experimentais e teorias. Vejamos um exemplo do cotidiano, embora aparentemente "pouco científico": logo pela manhã, você tenta dar a partida no automóvel, mas ele não pega.
O automóvel não dá a partida.
Esse é um fato, ou seja, algo que pode ser observado, constatado, percebido. Muitas coisas podem passar por sua cabeça, e você pode ter diversas idéias a respeito. O que aconteceu? Quando aconteceu? Por que aconteceu?
Em uma possível explicação, você afirma:
O automóvel não pega porque está com a bateria descarregada.
Trata-se de uma hipótese, mas você pode acreditar tão firmemente nela que a considera a única explicação possível para o fato observado. Porém você deveria ter observado melhor, pois outra pessoa, ao girar a chave de ignição, perceberia que as lâmpadas do painel se acendem o normalmente, bem como os faróis e o toca-­fitas. Esse outro observador poderia alegar que o defeito está no motor e não na bateria.
E agora? Contrariado, você quer demonstrar a exatidão de sua hipótese. Para isso, pede a um mecânico que meça a carga elétrica da bateria. Testando assim a hipótese, poderá concluir por sua veracidade ou não.
Antes de testarmos nossa hipótese, devemos fazer o máximo de observações possíveis, porque, com freqüência, ao submetermos determinada hipótese a avaliações ou experimentos, deparamo-nos com outros fatos capazes de levantar novas questões. Abrindo o compartimento do motor do automóvel, por exemplo, você verifica que um dos cabos conectados à bateria está coberto por um estranho material esverdeado. O que será aquilo?
Os caminhos da ciência são cheios de encruzilhadas e, ao se deparar com uma delas, o cientista deve ter o cuidado de não se afastar de sua hipótese inicial. Todavia, uma vez despertada sua curiosidade, ele pode imaginar outras experiências e lidar com os novos fatos que observou.
Passos do método científico
O método científico - percurso normalmente seguido pelos pesquisadores - tem etapas fundamentais.
As conclusões do método científico são universais, ou seja, sua aceitação não depende do prestígio ou do poder de convencimento do pesquisador, mas de suas evidências científicas. Além disso, elas são repetíveis, isto é, podem ser refeitas e confirmadas por qualquer outro pesquisador que realize os mesmos experimentos ou observações.
Observação: O cientista verifica a ocorrência de um ou mais fatos, fenômeno naturais ou qualquer outra observação que possa ser confirmada por mais pessoas.
Levantamento de questões: Uma vez que o fato tenha sido encarado como um problema, imaginam-se possíveis variáveis, causas e conseqüências, as quais se procuram explicar.
Formulação de hipóteses: Definido o problema, levantam-se possíveis explicações. Cada uma delas é uma hipótese, que também pode envolver previsões relativas ao fato.
Elaboração e execução de experimentos: Os experimentos capazes de testar as hipóteses formuladas devem lidar com uma parte do problema de cada vez e ser cuidadosamente controlados.
Análise dos resultados: Os resultados dos experimentos devem ser criteriosamente analisados, para se verificar se confirmam ou refutam as hipóteses apresentadas.
Conclusões: Se as hipóteses propostas não se mostrarem verdadeiras ou as previsões não se comprovarem, os experimentos devem ser checados e repetidos. Caso os resultados ainda assim não se confirmem, as hipóteses iniciais devem ser rejeitadas e novas hipóteses elaboradas.
Experimentos controlados
Na realização de um experimento, um desafio é o controle sobre todas as variáveis envolvidas. Vejamos um exemplo: um médico que atende pessoas adultas acredita existir correlação entre o hábito de fumar e as doenças do coração. Sua hipótese é que "pessoas que fumam têm mais doenças do coração que as que não fumam". Ele passa a acompanhar centenas de fumantes durante vários anos, verificando que. 30% deles têm algum tipo de doença cardíaca. Conclui, então, que "fumar aumenta a chance de ter doenças cardíacas".
Você aceitaria sem restrições essa conclusão? Que objeção poderia fazer? Em primeiro lugar, precisamos conhecer qual é a incidência de doenças cardíacas entre os não-­fumantes, para sabermos se, de fato, entre os fumantes ela é maior. Em segundo lugar, devemos saber se as pessoas que apresentaram doenças cardíacas tinham, além do hábito de fumar, outros fatores capazes de provocá-las, tais como pressão arterial elevada, idade avançada, vida sedentária etc. Essas são outras variáveis importantes para esse problema.
Uma forma de testar essa hipótese é a execução de um experimento controlado, que pode envolver o acompanhamento de dois grupos homogêneos, ou seja, formados por pessoas de mesma faixa etária, mesmo sexo, pressão sangüínea inicialmente normal etc. A única diferença entre eles deve ser a variável que está sendo testada, no caso, o hábito de fumar: um grupo de fumantes e um grupo de não-fumantes.
Assim, as conclusões obtidas podem ter valor.
É importante que os grupos tenham certo número mínimo de indivíduos, porque amostras muito pequenas podem levar a erros provocados pelo acaso. O grupo de não-fumantes chamado grupo-controle - será comparado com o de fumantes - que é o grupo experimental.
Vejamos outro caso: um laboratório farmacêutico desenvolveu uma droga para o tratamento de vermes intestinais em cães e garante sua eficácia em 70% dos casos; um laboratório concorrente alega que ela "não vale nada".
Vamos realizar um experimento controlado para descobrir se a droga é eficaz. Inicialmente, separamos dois grupos de cães parasitados, que devem pertencer à mesma raça, ter aproximadamente a mesma idade e não devem apresentar outras doenças associadas. O grupo experimental recebe a droga na dose adequada; aos animais do grupo-controle é dado um medicamento sem nenhum efeito, como farinha.
Esse "falso remédio" é denominado placebo. Tal procedimento é necessário para evitar a crítica de que a doença está sendo tratada não pela droga, mas apenas por se estar dando algo estranho aos cães.
Depois de efetuado o tratamento, poderemos dizer se a taxa de cura entre os animais do grupo experimental, que receberam o novo medicamento, foi maior do que entre os animais do grupo-controle, que receberam o placebo.




Cobaias Humanas


Esta é a primeira página de uma reportagem sobre a utilização de experiencias científicas com humanos.... leia as páginas seguintes.... muito interessante.